Coordenador geral de mudanças globais e climáticas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e representante do ministério no CNRH, Sanderson Leitão entende que a medida – aprovada por unanimidade pelos membros do conselho – abre caminho para uma ampla discussão do tema sob o enfoque da saúde pública, uma vez que prevê a remoção de micropoluentes emergentes e micro-organismos patogênicos emergentes, assim como o desenvolvimento de técnicas de identificação, quantificação e monitoramento desses compostos orgânicos.
Atenção
Sanderson Leitão sustenta a necessidade de maior atenção à qualidade da água consumida no país e no mundo, em especial, diante dos avanços das tecnologias e dos medicamentos e da maior utilização desses produtos.
“O ser humano passou a consumir muitos medicamentos que são excretados na rede de esgoto, como os hormônios dos anticoncepcionais. Quando não há tratamento adequado, isso vai para os rios e, quanto tem, não é suficiente para a remoção da droga presente em nanopartículas na urina”, alerta o presidente da CTCT, ao acrescentar que alguns países do norte da Europa começam a despertar para essa realidade. “Alemanha e Finlândia estão com pesquisas adiantadas sobre o assunto”, informa.
Micropoluentes emergentes são compostos orgânicos e inorgânicos que apresentam risco potencial para saúde e para o meio ambiente, englobando uma grande diversidade de compostos químicos naturais ou sintetizados, que incluem drogas ilícitas; produtos de beleza, higiene pessoal e limpeza; esteroides e hormônios; surfactantes; compostos perfluorados; retardadores de chama; aditivos industriais; aditivos de gasolina; agrotóxicos; nanopartículas; e produtos oriundos da transformação desses micropoluentes.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação