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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nanotecnologia contra o câncer começa a ser testada em humanos

07/02/2011
Redação do Diário da Saúde

Nanopartículas em humanos
Pela primeira vez, a FDA, a autoridade de saúde dos Estados Unidos, autorizou o uso de nanopartículas inorgânicas para serem usadas como um medicamento em seres humanos.

Este é o esquema das nanopartículas que serão
testadas pela primeira vez em seres humanos.
[Imagem: Wiesner Lab/Cornell University]

Os chamados Cornell Dots, ou pontos C, são pontos quânticos criados por uma equipe da Universidade de Cornell - minúsculas nanopartículas brilhantes que se ligam a células cancerosas, ajudando no diagnóstico e no tratamento do câncer.
O primeiro teste das nanopartículas brilhantes vai incluir cinco pacientes com melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. O objetivo é verificar se elas são seguras e se realmente funcionam em seres humanos.

"Este é o primeiro produto de sua espécie. Queremos ter certeza que ele faz o que esperamos que ele faça," disse Michelle Bradbury, que está participando da pesquisa.


Teste de toxicidade
Os pontos C são esferas de sílica com diâmetros abaixo de 8 nanômetros, contendo em seu interior várias moléculas de corante - 1 nanômetro equivale a 1 bilionésimo de um metro, mais ou menos o comprimento de três átomos colocados um ao lado do outro.
O escudo de sílica - essencialmente um vidro - é quimicamente inerte e teoricamente pequeno o suficientemente para passar através do corpo e ser eliminado pela urina.
As nanoesferas são revestidas com polietileno glicol, uma espécie de plástico biocompatível, para que o corpo não as identifique como substâncias estranhas.
Estudos anteriores haviam demonstrado que as nanopartículas poderiam ficar retidas no corpo humano - veja Estudos de toxicidade abrem as portas para uso da nanotecnologia na Medicina. 
A capacidade de eliminação pela urina destas novas nanopartículas foi verificada em camundongos.

Luz contra o câncer
Para fazer com que as nanopartículas grudem nas células tumorais, moléculas orgânicas que se ligam à superfície do tumor, ou mesmo em locais específicos dentro dos tumores, são colocadas na superfície das nanoesferas, sobre a camada de polietileno glicol.
As nanopartículas brilham tanto que podem ser vistas através do corpo de um camundongo. [Imagem: Memorial Sloan Kettering Cancer Center]

Quando expostos à luz infravermelha, os pontos emitem uma forte luminescência, funcionando como um farol para identificar as células doentes.

A tecnologia, dizem os pesquisadores, pode mostrar a extensão dos vasos sanguíneos de um tumor, revelar a morte celular, a resposta aos tratamentos e a disseminação do câncer, ou metástase, para linfonodos e órgãos distantes.

Para os testes em humanos, os pontos C serão marcados com iodo radioativo, o que os torna visíveis ao exame PET (tomografia por emissão de pósitrons), para mostrar quantos pontos se ligaram aos tumores e onde mais no corpo eles foram e por quanto tempo ficarão lá.
A grande preocupação é verificar se as nanoesferas não ficarão retidas nos rins e no fígado.




Fonte: Diário da Saúde