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sábado, 30 de janeiro de 2010

Beleza nanométrica

Beleza nanométrica
29/1/2010

Por Fábio de Castro

Pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, um dos Cepids da FAPESP, destacam-se em mostra internacional on-line de nanoarte organizada nos Estados Unidos. Na foto, imagem de titanato zirconato de cálcio e estrôncio produzida por Daniela Caceta
Agência FAPESP – Objetos um milhão de vezes menores que um milímetro podem ter sua beleza. Por serem capazes de exibir as imagens desse universo minúsculo, os cientistas envolvidos com nanotecnologia têm se tornado verdadeiros artistas. É o que mostra a Mostra Internacional On-line Nanoarte 2009-2010, que teve início na última segunda-feira (25/1) com a participação destacada de um grupo de pesquisadores brasileiros.

Organizada pelo cientista – e artista – Cris Orfescu, professor da Universidade de Nova York (Estados Unidos), a exposição competitiva conta com 150 imagens, das quais 15 foram produzidas por pesquisadores ligados ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP – e ao Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN), também apoiado pela Fundação.

De acordo com Elson Longo, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do CMDMC e do INCTMN, a exposição estará aberta para votação até o dia 31 de março.

Até o momento, os brasileiros estão vencendo: das 12 imagens mais acessadas, 11 foram produzidas por três técnicos do INCTMN: Rorivaldo Camargo, Ricardo Tranquilin e Daniela Caceta. O grupo sediado em São Carlos (SP) criou, em 2009, o Projeto Nanoarte, que foi tema de reportagem da Agência FAPESP .

De acordo com Longo, a exposição, que está em sua quarta edição, tem 42 participantes provenientes do Brasil, Alemanha, Canadá, Itália, Romênia, Holanda, Eslovênia, Filipinas e México.

“As imagens são feitas com microscópios de varredura de alta resolução, inicialmente em preto e branco. Depois elas são coloridas em um programa de computador. São tão fantásticas que o resultado são verdadeiras obras de arte. Algumas dessas fotos chegam a ser vendidas por até US$ 15 mil”, contou Longo à Agência FAPESP.

Segundo o professor, a nanoarte não se limita a uma diversão para cientistas. A exibição das imagens tem grande apelo junto ao público, o que proporciona uma popularização da ciência. Além disso, ela pode se transformar em uma verdadeira área de investigação na qual convergem arte, ciência e tecnologia.

“A utilização de ferramentas como a microscopia de força atômica para produzir essas imagens é capaz de revelar segredos dos sistemas complexos, nos auxiliando a compreender a origem de propriedades químicas e físicas dos materiais. Esse é o primeiro passo para o controle dessas propriedades, que conduzirá a aplicações inovadoras”, disse.

Interesse do público

Segundo Longo, os materiais em nanoescala, com pelo menos uma dimensão menor que 100 nanômetros, apresentam propriedades extraordinárias que, muitas vezes, não são observadas em seus homólogos sólidos clássicos.

“A origem das alterações dramáticas nas propriedades físicas e químicas em dimensão nanométrica é um campo de interesse muito importante, pois é no domínio das nanopartículas que esperamos encontrar a diferenciação entre as propriedades do estado sólido e do nível molecular”, afirmou.

De acordo com Longo, quando Orfescu idealizou a mostra, há quatro anos, havia ainda poucas imagens. O crescimento da exposição, hoje com 150 obras e com a participação de vários países, revela um aumento do interesse pela nanoarte.

“Uma mostra como essa é muito importante para nós, pois os CEPIDs têm o dever de fazer a difusão do conhecimento e nós enxergamos na nanoarte uma forma de divulgar a ciência”, disse.

“Quando entram em contato com as imagens que produzimos, muitas pessoas nos procuram para saber como foram feitas. O público começa a se perguntar que materiais são aqueles e ficam curiosos para compreender como conseguimos fotografar algo tão pequeno”, completou.

Fonte: Agência Fapesp

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Inmetro planeja atuações de biotecnologia a nanociência


Alana Gandra - Agência Brasil - 12/01/2010

O ano de 2010 vai marcar a consolidação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) em novas áreas, com destaque para biotecnologia e saúde, sustentabilidade ambiental e nanotecnologia e nanociência, expandindo também o trabalho em áreas tradicionais.

Sustentabilidade de biocombustíveis
A informação é do presidente do Inmetro, João Jornada. Um dos projetos nas áreas de biotecnologia e saúde está ligado à questão da sustentabilidade do ponto de vista de biocombustíveis, disse Jornada.
O projeto envolve processos de geração de biocombustíveis com tecnologia de segunda geração, que utiliza a celulose presente nos resíduos da cana-de-açúcar e em outras matérias-primas vegetais. O Inmetro está desenvolvendo também novos padrões para ajudar os laboratórios "nessa corrida por novas técnicas para produzir biocombustíveis por rotas biotecnológicas".

Instituição respeitada
Jornada considerou "altamente positivo" o balanço de 2009 da instituição. "O Inmetro cresceu em todas as áreas e se consolidou internacionalmente de forma muito sólida. O Inmetro hoje é uma instituição cientificamente respeitada em todo o mundo".
Na área científica, foi consolidado em 2009 o Centro de Microscopia do Inmetro, no campus de Xerém, na Baixada Fluminense. Trata-se do maior microscópio eletrônico do Hemisfério Sul, afirmou Jornada, acrescentando que as perspectivas para 2010 são também muito positivas.

Certificações compulsórias
Um dos projetos importantes implantados no ano passado foi o A Caminho da Escola, com o apoio do Ministério da Educação, de certificação de ônibus escolar na área rural. Para 2010, o Inmetro pretende lançar um novo projeto voltado para ônibus escolar urbano.
Outro projeto lançado em 2009 envolve a regulamentação para produtos elétricos, visando torná-los mais seguros, de forma a ampliar o número de produtos certificados compulsoriamente pelo instituto.
Também há previsão de promover em 2010 a certificação na área do turismo de aventura. Na área da segurança pública, a meta é desenvolver um programa de capacitação de peritos em metrologia e qualidade na área forense. "É um projeto importante com o Ministério da Justiça".

Gestão pública
Outro projeto, cujo convênio foi firmado em 2009 pelo Inmetro com o Ministério do Planejamento e o Movimento Brasil Competitivo (MBC), visa a desenvolver tecnologia de gestão para o serviço público. "Este ano, vamos implementar novos programas na área de gestão do serviço público dentro do Inmetro com o objetivo de aperfeiçoar os sistemas de gestão para serem usados por todo o sistema público brasileiro".
O instituto vai iniciar em 2010 grandes projetos na questão padrões genéticos e de confiabilidade nas análises clínicas de laboratórios.
O Inmetro está preocupado ainda com a difusão do conhecimento. Em 2009, ele implantou um curso de mestrado profissional em metrologia e qualidade e, este ano, em parceria com o MEC, pretende criar cursos de graduação em Xerém.

Fonte: Inovação Tecnológica