Marcel Amstalden |
O Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), ganha um reforço importante para o fortalecimento e avanço da pesquisa científica brasileira com a inauguração do Módulo de Integração, que ocorre na segunda-feira (10), às 16h30. Com isso, o LNNA passa a integrar o SisNANO, sistema de laboratórios multiusuários direcionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em nanociências e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O LNNA passa a ser um dos oito laboratórios estratégicos para o país.
Integrar o SisNANO significa ter prioridade nas Políticas Públicas de apoio à infraestrutura de laboratórios e formação de recursos humanos altamente qualificados, de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) e associadas ao Plano Brasil Maior (PBM).
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, destaca a importância dos órgãos de fomento – CNPq, Finep, Fapesp, Capes – na viabilização do laboratório e do trabalho em equipe com parceiros de empresas e universidades. “Assim, podemos avançar na fronteira do conhecimento e na geração de tecnologias que são fundamentais ao desenvolvimento do nosso país”, afirma.
Participam da solenidade de inauguração os diretores da Embrapa - de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), Ladislau Martin Neto, e de Transferência de Tecnologia, Waldir Stumpf Júnior.
Com o Módulo de Integração, a estrutura física do LNNA foi ampliada em mais 1.150 metros quadrados, totalizando 2.300 metros quadrados. A construção do novo Módulo exigiu investimentos da ordem de R$ 3 milhões. Somado ao primeiro módulo do LNNA, inaugurado em 2009, o total investido até o momento para ampliar as pesquisas - inclusive em linhas transversais - é de R$ 13 milhões.
Temas como agroenergia, ressonância magnética, pós-colheita, espectroscopia avançada são algumas das áreas já contempladas na Embrapa Instrumentação e que, a partir de agora, passarão a empregar pioneiramente os conceitos de nanotecnologia. De acordo com coordenador da Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (RedeAgroNano), Caue Ribeiro, até o momento poucos institutos de pesquisa têm um foco multidisciplinar aplicando a nanotecnologia, como nesse caso. “Teremos condições de desenvolver mais pesquisas e dar uma resposta mais agressiva à transferência de tecnologia”, informa.
Entre as pesquisas que serão fortalecidas no LNNA estão: nanopartículas magnéticas funcionalizadas para recuperação de enzimas utilizadas no processo de obtenção do etanol celulósico; nanoestruturas para enriquecimento energético de biogases por filtragem e eliminação de água; uso de rotas enzimáticas desenvolvidas para obtenção do etanol celulósico e para produção de nanofibras de celulose; sensores para detecção de compostos nitrogenados no solo (controle da adubação); nanoestruturas para liberação controlada de fertilizantes e defensivos agrícolas; sensores para detecção de umidade no solo; sensores para detecção de contaminantes em corpos d'água e sistemas para degradação de pesticidas em estações de limpeza de aeronaves de pulverização.
Mesa-redonda
Antes da inauguração do Módulo de Integração do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio será realizado um debate, a partir das 14 horas, sobre políticas públicas e envolvimento empresarial em nanotecnologia. A mesa-redonda será coordenada pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Embrapa, Ladislau Martin Neto.
Participam das discussões representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e da Embrapa Instrumentação.
O debate faz parte do VII Workshop de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio e III Escola de Nanotecnologia, que tem início com o debate nesta segunda-feira, 10, e término no dia 13 de junho, na Embrapa Instrumentação.