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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Nanotecnologia terá mais investimento e novo curso de pós-graduação





MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

A nanotecnologia no Brasil contará com mais investimentos e um curso de excelência na área da engenharia em 2014. A expectativa é a de que os recursos a serem disponibilizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o setor dobrem, passando de R$ 150 milhões, neste ano, para R$ 300 milhões no ano que vem.


Outra novidade para área é o Programa de engenharia de nanotecnologia (Pent) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), que atuará com mestrado e doutorado em seis linhas de pesquisa a partir do mês de março.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27) pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Alvaro Prata, durante o 1º Workshop sobre Engenharia da Nanotecnologia, realizado na universidade fluminense.

O evento integra a comemoração dos 50 anos da instituição e, além de Prata, teve a participação do coordenador geral de Micro e Nanotecnologias do MCTI, Flávio Plentz, alunos e representantes da universidade.

Economia
Prata traçou um cenário sobre a economia do país e mundial e apontou desafios e perspectivas para a ciência brasileira, em especial, a partir dos esforços do governo federal, que colocou a ciência, a tecnologia e a inovação (CT&I) entre as diretrizes nacionais.

O secretário apresentou estudos que apontam a nanotecnologia, junto com a biotecnologia e as tecnologias ambientais, como responsáveis pela sexta revolução tecnológica, depois da máquina a vapor (1780 a 1830); das estradas de ferro e o aço (1830 a 1880); da eletrificação de produtos químicos (1880 a 1930), do automóvel e da petroquímica (1930 a 1970); e das tecnologias da informação e comunicação (1970 a 2010).

Segundo ele, o setor de nano tem crescido a 25% por ano, em termos de valor de mercado. Incorporadas a produtos, as nanotecnologias chegaram a movimentar US$ 250 bilhões de dólares em 2010, montante que deve chegar a US$ 3 trilhões em 2020.

Iniciativa brasileira
Na intenção de acompanhar o novo cenário global, explicou Prata, o governo tem lançado uma série ações, como a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN), criada para integrar e fortalecer as ações governamentais para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico e a promoção da inovação industrial.

Também este ano, o MCTI lançou o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNano), além de um Comitê Interministerial de Nanotecnologia (CIN) , composto por 10 ministérios e diversas entidades envolvidas com o setor.

Programa Coppe
As comemorações pelos 50 anos da Coppe têm como um de seus marcos o lançamento do programa de engenharia de nanotecnologia, aprovado com conceito 5 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

“Um programa que surge com essa nota na Capes mostra a qualidade do corpo docente, da proposta e da qualidade da infraestrutura, porque nós sabemos que a coordenação é uma instituição muito rigorosa”, comentou Prata.  “No momento em que o governo fortalece nanotecnologia no país, ter um curso de engenharia de nanotecnologia é motivo de muita satisfação”.

Para o secretário, a Coppe tem motivos para comemorar. “É uma instituição de referência e importante para a engenharia brasileira, sobretudo para a pós-graduação”, afirmou, ao lembrar a inserção do laboratório de engenharia de superfícies de materiais nanoestruturados no Sisnano, que é composto por 26 laboratórios.

“O que precisamos fazer, cada vez mais, é fortalecer as nossas instituições e dar condições para que elas possam trabalhar em benefício do Brasil que queremos construir”, disse. “O MCTI tem criado uma série de instrumentos, política e programas e os resultados começarão a surgir”.

O coordenador do Pent, Sérgio Camargo Júnior, traçou um histórico sobre as ações promovidas pelo centro, que iniciou a sua atuação de “forma modesta e pontual” nos anos 1980, no campo de superfícies e catálise. A disseminação desse processo, contou ele, começou a partir de 2000, com os primeiros projetos, com a participação no Proinfra e com a escola de Nanotecnologia e Nanociências (N&N) da UFRJ.


Atualmente, são 12 laboratórios, com 20 docentes, 50 pesquisadores e técnicos e R$ 35 milhões em equipamentos. “Criar um programa é um desafio e isso só é possível porque estamos em uma instituição sólida e envolvida com a missão de inovar”, afirmou o professor. “Esperamos que ele possa contribuir para a formação de pessoas, para a geração de tecnologias e para o progresso do país”.

Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI