
O NANoREG é um projeto de pesquisa com foco na regulamentação em nanotecnologia, proposto por um consórcio de mais de 50 instituições, entre empresas, universidades, institutos de pesquisa, institutos de metrologia

i) Disponibilizar aos legisladores um conjunto de ferramentas para avaliação de risco e instrumentos de tomada de decisão, a curto e médio prazo, através da análise de dados e realização de avaliação de risco, incluindo a exposição, monitoramento e controle, para um número selecionado de nanomateriais já utilizados em produtos;
ii) Desenvolver, a longo prazo, novas estratégias de ensaio, adaptadas a um elevado número de nanomateriais, em que muitos fatores podem afetar o seu impacto ambiental e de saúde;
iii) Estabelecer uma estreita colaboração entre governos e indústria, no que diz respeito ao conhecimento necessário para a gestão adequada dos riscos e criar a base para abordagens comuns, conjuntos de dados mutuamente aceitáveis e práticas de gestão de risco.
O projeto NaNoREG iniciou-se na Europa em 2013, envolvendo entidades europeias, mas em 2014 buscou-se contato com governos e institutos de pesquisa de outros países, como China, Coréia do Sul e Brasil, expandindo a discussão das questões regulatórias no tema, a cooperação científica e a superação de barreiras técnicas.
A participação do Brasil no programa NANoREG foi definida em setembro de 2014, após uma série de reuniões envolvendo a coordenação do NaNoREG, a Coordenação-Geral de Micro e Nanotecnologias (CGNT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pesquisadores das redes de Nanotoxicologia e do SisNano (Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias).
A participação da USP, em particular, ocorre através do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNaNo) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), coordenado pelo docente Valtencir Zucolotto, que já coordena uma das Redes em Nanotoxicologia, implementadas no Brasil, em 2012, através de uma iniciativa do MCTI.
O GNaNo realiza diversas pesquisas voltadas a aplicação, síntese e caracterização de nanomateriais, principalmente aqueles que são dedicados à medicina e agronegócio. Os membros do Grupo também se empenham na investigação da toxidade que esses materiais transmitem à saúde e ao meio ambiente, utilizando sistemas in vivo, com modelos animais, in vitro, através de membranas celulares reconstituídas; e com simulação computacional. Foco também tem sido dado à área de eco-nanotoxicologia, avaliando o impacto de nanomateriais em peixes a algas. Esses e outros fatores contribuíram para que o grupo do IFSC/USP esteja já oferecendo apoio à NaNoREG, auxiliando na regulamentação de nanomateriais para o comércio, uma vez que já existe uma longa colaboração de pesquisa entre a Europa e países da América Latina, em outras vertentes.
Assim sendo, o Brasil estará representado pelo INMETRO e MCTI, que, inclusive, assinam os acordos de cooperação entre as instituições brasileiras e europeias. Os pacotes de trabalho, no entanto, serão formatados, incluindo outras instituições de pesquisa brasileiras, como acima mencionado. Já no caso concreto do IFSC/USP, a responsabilidade é ainda maior, já que a partir de agora o Instituto passa a se destacar internacionalmente em outra área de grande importância científica e tecnológica mundial.
por: Rui Sintra/ Assessoria de Comunicação do IFSC/USP