Durante entrevista no 6° Congresso de Inovação da Indústria, ocorrido em São Paulo, o presidente do conselho de administração e CEO da NanoMech, James Phillips, detalhou o que é possível fazer utilizando a novidades nanotecnológicas.
Além do envolvimento com a indústria de nanotecnologia, o executivo, que teve participação em projetos famosos como por exemplo, o que culminou com o sistema de mensagens de texto dos antigos palmtop (PDA), os cabos de modem de internet, o VeinViwer – aparelho que permite a visualização de veias que são muito superficiais ao ultrassom e profundas ao olho nu – e o iPix, considerado, na época, o maior fornecedor do mundo de imagens para internet, em áreas como passeios virtuais, imobiliário online e segurança.
Atualmente, Phillips é presidente do Conselho de Administração e CEO da NanoMech, companhia norte-americana especializada em nanotecnologia que para entender a nanotecnologia é preciso considerar uma escala métrica. “Todo mundo sabe o que é um metro. Nesse caso, nós estamos falando sobre a bilionésima parte de um metro. É escala. A nanotecnologia é a fabricação, construção nessa escala. Um nanômetro é igual uma bola de futebol comparada ao tamanho do planeta. Isso é nano”, conta.
Segundo ele, a nanotecnologia será a maior virada na história da ciência considerando que, por meio dessa escala, pode-se fazer tudo melhor, construir algo melhor, fazer todas as máquinas operarem da melhor forma e de modo mais eficiente. “Com a escala nanométrica é possível fazer novos tipos de equipamentos, novas codificações. Por isso a nanotecnologia vai provocar um efeito profundo tanto na área da saúde, bem como na produção de alimentos, na ciência material especial, quando fazemos qualquer coisa manufaturada podemos fazer melhor. Durante muito tempo, o padrão foi mícron, tamanho que é mil vezes maior do que a escala nano. A escala nano nos possibilita manipular a matéria literalmente”, ilustra.
Dessa forma, as empresas e os profissionais precisam competir mais e precisam assumir riscos se quiserem inovar.”Alguns países e empresas são mais avessos ao risco do que outros. Afinal, inovação requer investimentos adicionais, investimento em tempo, investimento no processo de ideação, de invenção. Depois, é preciso patentear a invenção e isso custa dinheiro”, ressalta.
De acordo com Phillips os países e as empresas devem estar constantemente em estado de renovação, porque é possível estar no comando hoje, mas com o surgimento de um novo algoritmo que pode mudar tudo em termos de comércio. “Pode ser um novo aplicativo que cria um portal totalmente novo para um negócio novo para fazer negócio de forma mais fácil e eficiente. O mundo está se movendo do analógico para o digital em um ritmo incrível, e isso é emocionante porque, quando você se muda para este mundo, consegue fazer tudo mais rápido, melhor e, normalmente, gastando menos. Agora estamos em uma nova transição, da escala mícron para a escala nano”.
Perguntado como vê o Brasil no campo da inovação e também como parceiro de negócios com os Estados Unidos na área tecnológica, o presidente da NanoMech, diz que “ambos são as duas maiores economias do hemisfério ocidental”. Logo, muita gente nos Estados Unidos, não percebe isso. “Eles ainda não se deram conta do fato de que o Brasil tem um incrível senso de inovação e de pioneirismo para realizar coisas novas. Este país é extremamente rico em recursos. Então é importantíssimo que trabalhemos juntos para avançar em tecnologia e inovação. A tecnologia é o reflexo da sociedade. Quase todos os avanços vêm para tornar a vida de todos nós melhor. Eu acho que Brasil e Estados Unidos também devem ter em mente a democracia. Ambos são democracias. E você só tem liberdade de expressar-se e de praticar o seu negócio por meio da democracia. Trabalhar em conjunto é trabalhar por um mundo mais forte”, finaliza.
Fonte: B!T magazine