“O Brasil tem que dar esse passo, tem que criar uma infraestrutura que permita, tanto ao pesquisador industrializar a tecnologia, como às empresas terem acesso a uma rede de conhecimento para converter ideias de seus setores de desenvolvimento em produtos”. A avaliação é do físico Flávio Plentz, que assumiu, nesta semana, a Coordenação Geral de Micro e Nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CGNT/MCTI).
Para Plentz, esses avanços viriam em um momento de maturidade do cenário nacional. “Nos últimos anos, o Brasil deu um salto muito grande em formação de recursos humanos, em produção de trabalhos científicos e em publicação de artigos”, diz. “Se não está completamente consolidado, esse sistema está em um patamar muito melhor do que ocupava em um passado recente”.
Para atuar nessa área, o coordenador tem a expectativa de que o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano) promova a interação entre pesquisadores e empresas que trabalhem com matérias em escala atômica. “Na verdade, vai ser uma rede de laboratórios financiada pelo ministério, que deve formar uma base de infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento em nano”, adianta.
A próxima etapa para a implantação do SisNano deve ocorrer no fim de agosto, quando o Comitê Consultivo de Nanotecnologia analisar as primeiras propostas de instituições interessadas em compor a rede. Criado em maio de 2011, o grupo tem como secretária executiva a CGNT e se compõe de representantes de institutos de pesquisa do MCTI, empresas públicas, entidades privadas e universidades. O objetivo é assessorar a pasta no setor, considerado estratégico para o desenvolvimento industrial do País.
Gestão
Já para integrar a gestão das atividades, o coordenador do CGNT considera fundamental a atuação do Comitê Interministerial de Nanotecnologias (CIN), fundado em 9 de julho para organizar as ações do governo. O MCTI coordena o grupo, com participação dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Defesa (MD), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), da Educação (MEC), do Meio Ambiente (MMA), de Minas e Energia (MME) e da Saúde (MS).
“Esse comitê coloca a nanotecnologia num outro nível de ação governamental, porque ele vai poder criar um determinado programa a partir de conhecimentos e recursos de oito ministérios”, analisa Plentz. “Isso vai dar uma consistência, uma robustez bem maior para as ações do MCTI e do governo federal”.
Para aproximar o País das potências mundiais no setor, o MCTI instituiu em fevereiro o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano). A formatação da rede cooperativa está na pauta de uma comitiva brasileira com viagem programada para a Ásia em setembro. Plentz integra o grupo, chefiado por Adalberto Fazzio, assessor especial do ministro.
Graduado em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1985, Flávio Orlando Plentz Filho fez mestrado e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1989 e 1993, e pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1995. Ele é professor da UFMG, com formação em física de semicondutores e atuação recente com nanomateriais de carbono, além de técnicas de micro e nanofabricação.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
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Vejam:
a) Governo tenta alavancar nanotecnologia nacional
b) MCTI tem novo coordenador em micro e nanotecnologia