Estudo publicado na revista Biomaterials mostra que a injeção de nanotubos de carbono em células de câncer de mama - originadas a partir de células-tronco tumorais -, seguida de aquecimento (hipertermia) através de laser é altamente eficaz contra tumores normalmente resistentes à hipertermia convencional.
Depois de determinar que células-tronco cancerígenas do tecido mamário são altamente resistentes à hipertermia convencional, Andrew R. Burke, da Escola de Medicina Wake Forest, em Winston-Salem, na Carolina do Norte (USA) e colegas estudaram câncer de mama originado a partir de células-tronco em camundongos imunodeficientes. Um grupo foi mantido sem tratamento, outro foi tratado com laser, um ainda teve nanotubos de carbono injetados no tumor, enquanto o último grupo, além de receber nanotubos de carbono injetados no tumor, foi exposto a um laser.
Laser e nanotubos de carbono: novas possibilidades para o estudo do câncer.
Créditos: WPS.
Os pesquisadores descobriram que os camundongos dos três primeiros grupos desenvolveram tumores significativos, com sobrevivência de apenas 11 a 20%, após 45 dias de tratamento. Por outro lado, camundongos que receberam nanotubos de carbono e tratamento a laser não tiveram tumores detectáveis e apresentaram 100 por cento de sobrevivência, após o mesmo período. O tratamento matou as células tumorais através de permeabilização rápida da membrana e necrose.
"Estes dados sugerem que o tratamento térmico (hipertermia) mediado pelos nanotubos pode, simultaneamente, eliminar tanto as células diferenciadas que constituem a parte substancial de um tumor de mama e as células-tronco cancerígenas que impulsionam o crescimento tumoral e a recorrência", segundo Burke e colegas.
Nota do Scientific Editor: o trabalho "The resistance of breast cancer stem cells to conventional hyperthermia and their sensitivity to nanoparticle-mediated photothermal therapy", que deu origem a esta notícia, é de autoria de Andrew R. Burke, Ravi N. Singh, David L. Carrollb, James C.S. Wooda, Ralph B. D'Agostino Jr., Pulickel M. Ajayan, Frank M. Torti e Suzy V. Tortie, tendo sido publicado na revista Biomaterials e, para os que têm assinatura, pode ser acessado no link http://dx.doi.org/10.1016/j.biomaterials.2011.12.052.