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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cosméticos entram na era do ouro



Foi em um pequeno laboratório montado dentro de casa que o professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Orlando Ladeira, elaborou um creme e um sabonete a base de ouro coloidal (nanopartículas de ouro) para reduzir rugas e manchas e dar elasticidade à pele.

O projeto, que começou como um hobbie, teve início há cerca de três anos. Mas o que parecia "brincadeira" virou negócio e a filha do físico, Marina Ladeira, já prepara a documentação para registro da marca "Quilates", que ela pretende colocar nas prateleiras das lojas em breve.

Luiz Orlando Ladeira explica que já trabalha há algum tempo com nanotecnologia nos laboratórios da UFMG. "Eu pesquiso nanomateriais que podem ser utilizados na medicina, mas não para a estética, e sim para vacinas e compostos. No entanto, quando comecei a estudar o ouro percebi o potencial do material como cosmético e resolvi desenvolver o creme como hobbie no laboratório que tenho em casa", afirma.

Os cremes produzidos foram distribuídos para amigos e o retorno sempre era positivo. "As pessoas que usavam o produto relatavam redução nas manchas, clareamento e rejuvenescimento da pele. Foi assim que percebi que o creme era realmente muito bom, mas não tenho tempo para trabalhar com isso, desenvolvi a fórmula como um passatempo. Então, minha filha, que é bióloga, tomou a frente da produção e está providenciando os papéis para abrir uma empresa e começar a produzir em escala comercial."

Na formulação do produto, o professor usa ouro coloidal, que são partículas do metal na faixa de um a 50 nanômetros. Um nanômetro corresponde a um bilionésimo de metro. O sabonete tem a mesma formulação. 



A venda dos produtos já começou em Belo Horizonte, mas em pequena escala. O pote de 50 gramas é vendido por R$ 50 e o sabonete por R$ 10. "O ideal é que os dois produtos sejam usados em conjunto, o sabonete para limpar a pele e o creme para hidratar", explica Luiz Orlando Ladeira.

O pesquisador não pretende patentear o produto. "Não acredito que ele seja patenteável. Os indianos já produzem cosmético a base de ouro há séculos", lembra. 



Grandes marcas, como a alemã Être Belle, a suíça La Prairie e a americana Avon já desenvolvem produtos a base de ouro. A bióloga Marina Ladeira, que assumiu a produção dos cremes e sabonetes no lugar do pai, aguarda apenas os trâmites legais para colocar os produtos da marca Quilates no mercado.

"Já entrei com o pedido de registro da marca e ainda tenho algumas outras questões legais para resolver. Só depois que tudo isso estiver certo vou pensar nas vendas", afirma Marina Ladeira. Com isso, ela afirma ainda não ter números para falar das expectativas de vendas. Ela também não soube precisar quanto tempo os produtos irão levar para entrar no mercado.
Colaborou Alisson J. Silva



Fonte: ABDI