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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Instituto de Química realiza exposição ‘Nanoarte’, em Franca (SP)


Obras têm origem em pesquisas sobre nanotecnologia de materiais cerâmicos

Obra produzida por grupo de pesquisa
Na exposição Nanoarte, partículas protagonistas de um universo invisível aos olhos humanos, na casa de milionésimo de milímetro, adquirem formas que podem lembrar um caudaloso rio, uma mata ou simplesmente intrigar o observador.

A mostra está aberta até fevereiro, em Franca, na Pinacoteca “Miguel Ângelo Pucci”. A iniciativa é de 
Élson Longo, professor do Instituto de Química da Unesp, Câmpus de Araraquara.

“Essas pesquisas são relativamente áridas e quase nunca atraem a atenção do público. Os pesquisadores então tiveram a ideia de atrair jovens para a atividade científica”, explica o professor de comunicação e engenheiro Nei Vilela, de São Carlos, curador da mostra com 40 painéis de 50 por 80 centímetros.
Cada uma das obras está avaliada em aproximadamente R$ 1 mil e requer um processo técnico repleto de detalhes, com envolvimento de cientistas de Unesp, USP e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). 

O trabalho desses pesquisadores é realizado no âmbito do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Materiais em Nanotecnologia, ambos dirigidos por Longo.

Transformar em arte substâncias utilizadas na pesquisa de equipamentos eletrônicos e de produção de luz branca é tarefa que demanda, antes de tudo, um microscópio eletrônico de grande potência, avaliado em US$ 150 mil ou R$ 280 mil. Além disso, agregam-se os custos dos técnicos de laboratório responsáveis pelas captações e de um software próprio para a ampliação.

As imagens selecionadas são coloridas, de acordo com um senso artístico e científico, explica o curador. “Não é tão artificial. Tem uma lógica. Eles escolhem cores de acordo com determinados comprimentos de onda”, afirma Vilela, que também atua na Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda, em São Carlos. “O importante é que o resultado final desperte curiosidade e diferentes interpretações, para que o público possa fazer suas associações, já que as imagens são polissêmicas”, conclui o curador.

Nos últimos cinco anos, com o mesmo intuito de atrair novos adeptos da nanotecnologia, a mostra já passou por várias cidades do Estado, como São Paulo e São José dos Campos, com apoio de instituições de fomento à pesquisa como Fapesp e CNPq. Vilela diz que por meio de experiências como essa, jovens em São Carlos têm descoberto vocações, sobretudo nas áreas de física, química e ciência dos materiais. “Ao atrair o público em geral com uma percepção do surpreendentemente belo, as imagens conseguem atrair novos pesquisadores”, diz.

Serviço
Projeto “Nanoarte”
Local: Pinacoteca “Miguel Ângelo Pucci” (Rua Campos Salles, 2210, Centro – Franca)
Data: até 11 de fevereiro Horário: 8h às 20h (segunda a sexta-feira); 9h às 13h (sábado)
Informações: (16) 3723-6377

Fonte: UNESP