| Joana Silva |
Serão apresentados 166 trabalhos técnicos, um número 60% superior ao de sua última edição, em 2009, quando o total de apresentações chegou a 100. Participam deste evento cerca de 250 pessoas.
O 6º Workshop da Rede AgroNano será realizado entre os dias 16 e 18 de abril, na Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), organizadora em parceria com a Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP). A dinâmica do workshop será composta de apresentações técnicas de trabalhos selecionados e apresentação de pôsteres de todas as atividades realizadas, além de uma reunião de gestão para acompanhamento gerencial da Rede. Paralelamente, será realizada a II Escola deNanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, voltada a alunos de graduação e a profissionais de outras áreas interessados no tema, com a realização de quatro minicursos.
Entre os temas que estão sendo desenvolvidos pela Rede AgroNano e que serão alvos de discussão no evento estão as pesquisas com aplicação de sensores e biossensores, os filmes finos comestíveis, os bionanocompósitos, os materiais para liberação controlada de fertilizantes e defensivos, tecnologias para despoluição de água, aplicações de nanotecnologia em agroenergia, estratégias para transferência de nanotecnologiapara o setor produtivo, além de avaliação de impactos pelos usos e desenvolvimento de nanotecnologia.
De acordo com o coordenador da Rede AgroNano, Caue Ribeiro, pesquisador da Embrapa Instrumentação, é visível a evolução dos trabalhos em desenvolvimento pela rede, o que demonstra uma consolidação do projeto. “Já há tecnologias em fase de patenteamento, como liberadores para o tratamento de mastite em bovinos, além do desenvolvimento de software específico para avaliação de impactos socioambientais da nanotecnologia. A rede também vem se firmando no desenvolvimento de projetos em parcerias com empresas privadas para geração de novas tecnologias focadas no benefício social”, afirma o pesquisador.
Morsyleide de Freitas Rosa, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, faz parte da coordenação do projeto componente 4 da Rede AgroNano, que congrega pesquisas na área dos bionanocompósitos. Ela destaca a importância de estar inserida em uma estrutura desse porte. “A rede reúne diferentes atores, permitindo a realização de trabalhos colaborativos e o contato com as discussões mais atuais sobre a nossa temática. Além disso, a visibilidade que a Rede AgroNano proporciona ao nosso trabalho é muito grande”, afirma.
A pesquisadora ressalta ainda o fato de, pela primeira vez, o workshop ocorrer em Fortaleza. “A agenda de trabalho da nossa Unidade possui diversas ações ligadas à nanotecnologia. Além disso, vivemos um momento histórico muito importante por causa da construção de novos laboratórios relacionados a essa temática que deverão agregar mais infraestrutura à rede”, concluiu.
Rede AgroNano
A Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano) é uma iniciativa da Embrapa e foi criada no final de 2006, tendo início, então, a primeira fase com duração até 2010. Em 2011, começou a segunda fase com término previsto para 2015. Na rede, atualmente estão envolvidos 158 pesquisadores de 51 instituições, sendo 16 unidades da Embrapa e grupos de pesquisas de 35 universidades de excelência no país.
A Rede atua em três grandes linhas de pesquisa: sensores e biossensores para monitoramento de processos e produtos; membranas de separação e embalagens biodegradáveis, bioativas e inteligentes; novos usos de produtos agropecuários.
Segundo o pesquisador da Embrapa Instrumentação e ex-coordenador da Rede AgroNano, Odílio Assis, em inventário apresentado pelo Project on Emerging Nanotecnologies em 2010 já havia registro ou em fase de comercialização, 1317 produtos à base de nanotecnologia, comercializados por 587 companhias, sendo destes, 107 relacionados à agricultura e a alimentos. Os dados apontam que só no setor de alimentos a nanotecnologia movimentou US$ 20,4 bilhões em 2010.
Assis acredita que no Brasil, o agronegócio é o segmento que maior espaço tem para competitividade em nanotecnologia, graças às suas características e oportunidades de questões vinculadas aos recursos naturais, clima e agricultura tropical.
Fonte: Embrapa
