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terça-feira, 24 de abril de 2012

ABDI participa de debate sobre nanomateriais para cosméticos

Identificar segmentos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) para desenvolver materiais de referência e métodos de análise físico-química de nanomateriais. Esse foi o objetivo do Painel Setorial – Nanometrologia e o Desenvolvimento de Nanomateriais para Cosméticos, realizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), no dia 10 de abril, no Rio de Janeiro (RJ), com a participação da diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Maria Luisa Campos Machado Leal.

Na ocasião, Maria Luisa apresentou os resultados da Agenda Tecnológica Setorial (ATS) desenvolvida pela ABDI em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abiphec), em 2011, que teve como foco identificar as ações tecnológicas relevantes para a competitividade do setor.

Uma das ações priorizadas e detalhada no projeto foi o desenvolvimento de padrões de referência e métodos para análise e caracterização de insumos e produtos da cadeia de nanocosméticos. “Esse Painel já é um dos resultados da ATS e isso, para a ABDI e para o setor, é muito importante. A Agenda é um projeto estruturante, que está saindo do papel e permitirá, em médio prazo, equacionar gargalos importantes de competitividade dos setores envolvidos”, aposta ela.

Segundo dados do projeto, o lançamento de produtos no mercado mundial contendo as palavras nano ou nanotecnologia saltou de aproximadamente 70 em 2005 para quase 700 em 2010. Em relação ao número de produtos cosméticos que usam o termo nanotecnologia, são 344 lançamentos nos EUA, 377 no Japão, 163 na China e 95 no Brasil, no período entre 1997 e maio de 2011. Os lançamentos de produtos cosméticos contendo nanotecnologia concentram-se em 28% na América do Norte, 35% na Europa, 31% na Ásia e apenas 6% na América do Sul, número este impulsionado pelo Brasil.

Maria Luisa destacou ainda que a ausência de parâmetros de referência e controle para a criação e produção de novos produtos e a falta de embasamento para a produção de normas de regulação para o setor aumentam a insegurança de consumidores e dos próprios empresários sobre os riscos para a produção e o uso de nanotecnologia em cosméticos, freando o desenvolvimento dessa indústria no País. “A superação desses pontos trará benefícios não só para as empresas, mas também para o governo – que evoluirá nas questões regulatórias e poderá criar padrões para a fiscalização – e para universidades e institutos de pesquisa”, diz.

“Reconhecemos o esforço do Inmetro em avançar nas análises e aspectos de metrologia e regulamentação. É imprescindível, através de debates e estudos, progredirmos e termos clareza nos nossos objetivos, trabalhando com prioridades de agenda para desenvolvermos a competitividade na indústria”, explicou Maria Luisa. Segundo o presidente da Abiphec, João Carlos Basílio, cerca de 4 milhões e meio de pessoas estão empregadas direta ou indiretamente na indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, sendo 70% do sexo feminino. Além disso, o Brasil tem perspectivas de ser o maior consumidor de cosméticos no mundo.

O presidente do Inmetro, João Jornada, destacou a importância da atuação do Instituto no desenvolvimento do setor. “O Brasil está entre os dez países que mais crescem na indústria de cosméticos, o que o torna muito competitivo. O Inmetro investe nesta área científica e nosso objetivo é promover ações articuladas e coordenadas entre o governo, indústria, universidades e o Instituto”, ressaltou. O secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Nelson Akio Fujimoto, ressaltou que a inovação é fundamental para desenvolver ações e superar desafios.