Grupo de físicos experimentais e teóricos desenvolvem parâmetros para identificar propriedades das moléculas
MARIA GUIMARÃES | Edição Online 14:00 15 de abril de 2012
Úteis para uma série de usos tecnológicos em miniatura, sobretudo na construção de circuitos cada vez menores, os nanotubos de carbono ainda guardam mistérios na sua produção.
São átomos de carbono que se unem e enrolam formando minúsculos tubos (um nanômetro corresponde a um milionésimo de milímetro) que podem ter propriedades condutoras ou isolantes. Ainda não é possível ter controle completo sobre esse processo, que tem algo de aleatório e produz uma diversidade de estruturas.
Agora, um atlas gerado a partir de laser e microscopia pode fornecer informações inestimáveis para o uso desse material, segundo artigo publicado [no dia 15 de abril] no site da Nature Nanotechnology.
O projeto teve a participação de físicos experimentais – que uniram imagens visualizadas ao microscópio eletrônico de transmissão e medidas do desvio de um feixe de laser por uma amostra de nanotubos (propriedade conhecida como transição óptica) – e teóricos, que interpretaram o amplo banco de dados. É nesta segunda equipe que entrou Rodrigo Capaz, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante uma visita à Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, em 2010. “Nunca se tinha feito uma identificação completa dos tipos de nanotubos de carbono”, comenta o físico.
O resultado do projeto, que os pesquisadores chamam de atlas, é na verdade uma grande tabela com parâmetros para associar características das transições ópticas à estrutura dos nanotubos. As regras que se pode extrair desse corpo de informação permitem generalizações e previsões sobre as moléculas. “As propriedades variam conforme a maneira como a folha de grafite se enrola, tanto quanto à orientação como ao diâmetro do tubo”, explica Capaz. Ele espera que essas informações representem um avanço na capacidade de produção de circuitos ou outras aplicações a partir de nanotubos de carbono.
Fonte: Revista Pesquisa Fapesp