Imagens artísticas expostas por grupo do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos são de materiais com escala 1 milhão de vezes menor do que 1 milímetro (CMDMC) |
Agência FAPESP – Pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP – e do Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia participam de uma mostra de nanoarte que termina nesta terça-feira (27/03), em Israel.
Os brasileiros estão expondo as obras Spirals hematite, de Rorivaldo Camargo, Tenis bol silver nanoparticles, de Ricardo Tranquilim, e Dreams by Van Gogh e Status quo, de Enio Longo.
As obras são resultados de projetos realizados por pesquisadores no CMDMC e no Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia coordenados por Elson Longo, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara.
De acordo com a Unesp, o grupo de pesquisadores sediado em São Carlos (SP) criou, em 2009, o projeto Nanoarte para transformar imagens obtidas a partir de nanopartículas de materiais cerâmicos em objetos pictóricos.
“A nanoarte é uma expressão artística recente, surgida com a nanotecnologia. As imagens são de materiais em nanoescala, isto é, com dimensão um milhão de vezes menores que um milímetro, obtidas por intermédio de microscópios eletrônicos de alta precisão”, disse Longo.
Segundo Longo, um dos elementos que diferenciam essas imagens artísticas invisíveis a olho nu das nanoimagens científicas tradicionais é a maneira como as primeiras são coloridas pelos pesquisadores.
A partir da pigmentação, usada originalmente para ressaltar aspectos e propriedades do objeto observado, esses registros feitos por microscópios de varredura de alta resolução ou de transmissão ganham vida e relembram objetos “visíveis” da natureza e do cotidiano humano.
Longo ressalta que a técnica de colorir já ultrapassou os limites artísticos. Imagens de fragmentos em nanoescala pintadas estão, cada vez mais, sendo publicadas nas principais revistas científicas do mundo. “Não é coincidência que países que têm tradição artística, como Espanha e França, estejam entre os que produzem mais nanoarte, ao lado dos Estados Unidos e da Rússia”, disse.
Alguns exemplares de nanoarte podem alcançar preços de até US$ 15 mil. O alto valor é devido ao alto custo do equipamento, que pode chegar a US$ 1 milhão, e ao fato de serem imagens originais que, em geral, não podem ser reproduzidas.
Algumas das obras criadas pelos pesquisadores brasileiros estão reunidas no site www.cmdmc.com.br/nanoarte. O acervo digital inclui exposições de fotos, vídeos no YouTube e material didático para escolas do ensino fundamental e médio.
Mais informações: www.unesp.br/noticia.php?artigo=8190.
Fonte: Agência Fapesp